quinta-feira, março 25

dos desencontros

Tenho que reconhecer que tenho uma visão do mundo e das relações humanas algo realista ou, por outras palavras, aquilo que alguns designam de péssimismo. Acreditem que não cultivo esta atitude nem é um qualquer subterfugio para me desculpar quando as coisas correm bem ou para um qualquer bode expiatório quando não correm como gostaria ou como definido ou programado. É uma herança social e familiar este meu olhar.
Serve esta breve desculpa para destacar a necessidade de o país se encontrar e falar mais vezes, perguntar ao outro que está a fazer, que ideias tem, que problemas enfrenta, que oportunidades oferece.
Isto porque por mera casualidade e por convite da escola (no âmbito de umas "Conversas de Corredor", 6ª feira, dia 2 de Abril, pelas 11h00), hoje se encontraram duas coordenadoras de dois projectos que têm o mesmo concelho como área de intervenção e objectivos senão comuns pelo menos similares.
Grande ideia quando dei por mim a descobrir que, apesar de se conhecerem e residerem na mesma cidade, raramente falam sobre os seus projectos e as suas acções. Cada um para seu lado.
Gosto da política e não renego a princípios político-partidários, não gosto de desculpas esfarrapadas de técnicos ou tecnocratas, mas enquando andarmos cada um para seu lado, puxando a brasa para cada sardinha individual, não conseguimos ver o todo nem perceber a parte. Perdem-se recursos e desgastam-se energias.
Talvez a escola pudesse ser um óptimo ponto de intersecção de projectos e acções. É aqui, na escola, que tudo se junta e muito conflui, do social ao cultural, do político ao cultural e à saúde. Talvez por isso a queiram atafulhar de ideias, iniciativas e sessões. Talvez seja tempo de a escola, peço desculpa, os professores, os alunos e os pais dos alunos bem como os funcionários e a autarquia e outros parceiros, dizerem o que é que a escola quer.