sexta-feira, novembro 28

Quando ontem, 5ª feira, peguei na revista Visão e vi um dos destaques de capa, sobre o "que fazer quando as nossas crianças não aprendem", confesso que senti um certo calafrio sobre o que podia lá vir dentro.
Assumo, pensei que ali estariam presentes mais um conjunto dos habituais lugares comuns, das banalidades e das vulgaridades que se escrevem sobre a escola, a aprendizagem, os professores e as relações gastas sobre as causas eventuais do insucesso.
Puro engano. Não é um apontamento salomónico, mas quase, isto é, reparte as culpas do insucesso - da não aprendizagem, melhor dizendo - entre professores, "escolas", crianças e pais procurando as suas causas entre o que podem ser factores internos à pessoa e externos, decorrentes do meio em que se insere.
É precisamente neste entrecruzar de possibilidades - o que é da pessoa e o que é adquirido, o que são comportamentos "doentes" e o que são vícios, o que são atitudes desorganizadoras e desestruturadoras e o que é rebeldia, indiferença e alheamento - que se coloca o trabalho do docente, tentar determinar, estar atento e ser perspicaz ao comportamento das pessoas que tem pela frente.
Acreditem que não é fácil. Lidar com um centena de alunos diariamente asseguro-lhes que algumas passam na malha fina dos sentimentos.
Uma boa reportagem que pode ajudar a compreender uma das muitas facetas da docência dos tempos presente.