quarta-feira, novembro 26

Como é que nós nãos nos organizamos, podia, de modo quase que perfeito, ser um título de uma dissertação académica sobre a escola portuguesa.
Mais do que procurar determinar mais meios, mais recursos, mais condições, sem sabermos muito bem para quê, com que objectivos e com que finalidades, por vezes não seria menos interessante determinar aquilo que temos, avaliar os seus resultados, determinar quais os seus impactos - seria inoportuno perguntar sobre a qualidade dos seus impactos??.
Perante as reuniões de hoje à tarde reconheço que se gasta muito dinheirinho na educação, que o grande problema deste sector não estará, na generalidade dos casos, na falta de meios, recursos ou condições mas antes e volto a dizer na generalidade dos casos, na forma em como (não) nos organizamos, na (des)configuração organizacional da escola, da estruturação dos seus mecanismos de funcionamento, articulação e integração, na definição de meios e mecanismos de representatividade, participação e distribuição das formas de poder.
Isto a propósito de uma reunião de departamento onde não percebi o que fiz, qual o objectivo a que presidiu, qual a intenção de acção ou acções futuras.
E depois penso, de quando em vez isto, de pensar, acontece-me, no modo como a escola não se organiza, apesar de na legislação estarem contemplados diferentes patamares, com diferentes competências e responsabilidades e que, de algum modo, deveria existir uma articulação e integração reticular. O que acontece é apenas um salve-se quem puder, desenrasque-se como puder e como souber.
E isto, manifestamente, não chega, num tempo em que a escola (professores, alunos, comunidade, pais/encarregados de educação) é confrontada cada vez mais com mais e maiores desafios, com mais complexas funções e actividades.
Mas é o que temos.