domingo, março 13

desafios

As eleições autárquicas já mexem.
Fruto dos arranjos eleitorais de 20 de Fevereiro passado, há mexidas para todos os gostos, nomeadamente entre aqueles que mais perderam, fossem votos, fossem condições de afirmação política, fosse o que fosse.
No PSD local (Évora) reconhece-se o trabalho que não foi feito e dá-se confiança a quem lá está. O PCP regional faz jogadas de reorganização de tropas, seja em Beja, seja em Redondo (ambas com alguma surpresa minha, digo-o).
Como há os que procuram retirar dividendos de uma onda ganhadora.
Independentemente do contexto ou dos pretextos, o certo é que dificilmente o Alentejo poderá ficar igual áquilo que tem sido, áquilo que teimosamente o procuram colar (tradição, passado, cultura, arcaísmo, esquecimento).
Reconheço nestas próximas eleições mais que um desafio, um estímulo a que partidos e organizações, pessoas e sociedade civil possa dizer de sua justiça sobre o que quer e sobre o que pretende, e com quem, para esta região.
Se é certo que as eleições autárquicas são muito fulanizadas, apoiadas e definidas nos protagonismos locais, també é certo que a massa eleitoral hoje não corre atrás da promessa fácil, do negócio imediato, da crença ou da fé do amigo. O eleitor hoje assenta o seu voto na paresentação e discussão de ideias, de projectos, de protagonistas que vão muito para além do circunstancialismo político mais imediato.
Nem o PS pode descansar à sombra de louros, nem será linear que a onda ganhadora de Fevereiro se faça sentir em finais do ano, nem é pacífico que o PCP, apesar das trocas e das baldrocas, seja, em certos locais, um muro instransponível, um local inviolável.
É certo que há ainda muito tempo, que protagonistas e ideias têm espaço e tempo de afirmação.
Mas estas próximas eleições serão, em meu entender, um claro desafio a partidos e a pessoas.
Além do mais haverá que contar com esta poderosa ferramenta de troca de ideias, de discussão de opiniões, de desmontagem de cenários, que é a blogosfera. Não é nem uma moda, nem um veículo de intelectuais. É um espaço de partilha e de debate incontornável nas próximas eleições, espero que mais convictamente e com maior incidência que nas passadas eleições legislativas.