terça-feira, maio 11

do sul

O Alentejo, de há uns anos a esta parte, entrou na moda e nos discursos sociais de umas quantas revistas.
Para o bem e para o mal este espaço regional ganhou visibilidade e atrái pessoas de todo o lado que gostam de visitar o exotismo português, perceber o porque das anedotas e disfrutar da gastronomia, sempre bem regada, da região.
Um dos blogues que mais aprecio, o alentejanando, traça um retrato adequado do que é aturar este patos bravos que vestem como nunca vi por aqui, que querem ser do campo com traços da cidade, que afirmam gostar do exotismo campestre mas apenas de algumas partes.
O que me chateia neste desenho social e político, são os protagonistas regionais que procuram preservar uma região para turista ver e disfrutar, esquecendo de quem cá vive. O que me chateia é quererem por aqui criar um espaço venatório, uma qualquer reserva índia. O que me aborrece é quererem guardar o passado esquecendo que é ao futuro que pertencemos.
Querer assegurar uma cultura e uma tradição não pode significar hipotecar o futuro, não pode ser proibir a esperança e o sonho.
Querer vender uma imagem de marca, um rótulo tem de ser compaginável com desenvolvimento. É isto que ambiciono, desenvolvimento, sustentável, equilibrado, e não apenas para uns quantos nomes da praça pública poderem escrever livros ou descansar. É para viver, poder aqui apostar e crescer.
É isto que os blogues andam há muito a conquistar.