sábado, maio 21

do sítio do não

Um sítio criado talvez apenas para contrariar ou simplesmente para discutir, o certo é que a discussão sobre a possibilidade do não vencer em França, no contexto do referendo à constituição europeia, despertou em mim duas ideias.
Por um lado, o receio e o confronto em que estamos todos envolvidos, decorre de uma enorme asneira, do profundo distanciamento a que a europa fica do comum dos cidadãos. A constituição europeia até pode ser a refundação da Europa, mas não há simples cidadão, comum mortal que entenda o que ali se diz, se pede ou se define. Como existirão muito poucos que entendam o porquê de só agora existir um referendo à União Europeia. Aparentemente nem os franceses, fortemente politizados e ideologizados, percebem o que se quer. É uma valente resposta esta de uns quantos considerarem o comum mortal idiota e iletrato. Bem Feita.
Segunda ideia que decorre da manifestão europeia ocorrida há dias atrás em Paris e onde participaram distintos lideres políticos (presentes e passados), nos discursos e nos apontamentos que tive oportunidade de ouvir e ver sobressaiu a superioridade, pelo menos discursiva, dos mais velhos (Soares, Delors, Jospin) em claro contraste com os mais novos que se enleavam em ideias e pressuposições que só eles entendem.
Na nossa santa terra não considero mal nem me considero tão iletrato que confunda o voto autárquico com o referendo europeu. O que receio efectivamente é não haver tempo ou oportunidade para que se possa discutir esta ideia de europa e perceber quais as implicações que pode ter no meu futuro ou dos meus filhos.